quarta-feira, 25 de julho de 2012

O "garoto" das mil faces



Foi numa noite como outra qualquer, você no mesmo local e mesma mesa de sempre, pondo em prática seu papel favorito: O garanhão, pronto pra resgatar a próxima vítima. Ela passou, cê gostou e foi atrás, ela não deu bola, mas isso só lhe deixou ainda mais disposto a conquista-la, o desafio é atraente, não é mesmo?! Enfim conseguiu o que queria, ela te deu chance. Mas ela era diferente, não era boba e ingênua como todas as outras, foi aí que você botou em prática seu segundo papel, o do cara diferente, sincero. Então as coisas foram fluindo, e ela lhe apresentou a melhor amiga, uma espécie de controle de qualidade ambulante dela, e no papel de cavalheiro e exceção masculina você foi encaixado e classificado pela tal. Os dias passando, você dando atenção, cheio de conversas, não demorou muito pra levar o papel de “príncipe encantado”. Foi então que, conhecendo as pessoas que a ela rodeavam, foi percebendo que ela realmente era diferente, que era mulher demais pra você. Então não suportando a bagagem que ela carregava, apesar do porte físico, vestiu o papel de covarde e então começou a sumir, até que sumiu de vez. O que fez ela se culpar, achar que tinha sido algo feito por ela, mas como uma mulher diferente das outras, ela tinha o amor próprio, e amigas que serviam de pilar. As coisas foram surgindo, ela descobrindo sua farsas, suas mancadas, e sua máscara enfim caiu. Você se fez de homem, mas era apenas um garoto. Não conseguiu fazer com que ela quebrasse a cara, mas fingiu direitinho, chegou perto, bem perto. No papel de ator você vestiu o personagem com excelência. Se indicado ao Oscar, desbancaria até mesmo Jonnhy Depp, o homem das mil faces. Eu não entendo o que se passou por sua cabeça, ela muito menos. Mesmo assim não há rancor, você não foi capaz de despertar tamanho sentimento. Então quem sabe um dia apareça disposto a nos contar sua história e mude a imagem que deixaste. Enquanto isso não ocorre essa história acaba aqui , assim como o seu espetáculo. Mas não antes de lhe dá o papel que, até agora, melhor lhe classifica, o de PALHAÇO.

(Heloisa Bezerra)

terça-feira, 24 de julho de 2012

O fim do mistério



Os homens parecem ter medo de mulheres que pensam, agem e falam. Não falo de todos, que fique bem claro. O ditado que "toda regra possui uma exceção" é de conhecimento de todos e se encaixa perfeitamente aqui. O problema está na maioria. Muitos homens parecem não se importar se a mulher que está do seu lado tem um bom papo, ideia na cabeça e algum grau de instrução. Atributos físicos e perfeitamente substituíveis por um outro pedaço de carne qualquer tomaram o lugar do conteúdo. A beleza de boca fechada tomou o assento das mulheres que sabem fazer algo além de assinar o nome. Injustiçadas e desvalorizadas, as mulheres acabam por achar que o problema é estar à frente. Numa tentativa frustrada de se igualar ou de "agradar", muitas regridem e sofrem por não serem reconhecidas por esses homens. É comum. Um cara vai te trocar por outra, a cada final de semana, se não souber lidar com o fato de você querer algo além de mentiras, promessas e incertezas. Quem não sabe manter, tem medo do descarte, por isso descarta primeiro. O homem que não é seguro de si não sabe segurar uma mulher, ainda mais se ela pensa. Eis a solução para o mistério que ronda a cabeça das mulheres: por que ele me trocou por ela? Porque ele não é capaz de manter você.

(Marílya Caroline)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Faça a diferença!


Tem gente que finge que não vê e disfarça quando escuta. O Mundo está sendo tomado por pessoas maquiadas e antes fosse daquelas que saem com água. Eu falo de caras pintadas de falsidade, hipocrisia e fingimento. Reclamo de quem sustenta o que não é para manter um relacionamento, uma imagem ou um status que não lhes pertence. Até quando? Onde se perderam as pessoas que não tem medo de serem o que são? Quem acabou o estoque de vergonha na cara, caráter e bons exemplos? Tá faltando quem seja de verdade, para fazer minoria quem é de mentira. Tá faltando gente para bater no peito e honrar o que diz. Falar é fácil. Fazer requer um pouco mais de esforço. Tem gente que tem medo de mostrar a cara limpa e a verdade oculta. Tem gente que se esconde em roupas bonitas e se camufla atrás dos carros de luxo. Ainda existem aqueles que fazem isso com o que é dos outros. E a gente se pergunta em quem confiar. E a gente quer saber quando as fantasias vão dar lugar à essência. Aparência já virou fardamento. Todo mundo usa. Todo mundo tem, em algum lugar do guarda-roupa, para exibir em locais onde a casca vale mais que o conteúdo. Tá faltando quem saiba falar por si próprio, quem tenha opinião e mostre a diferença. Querer todo mundo quer. Dizer todo mundo diz. Fazer é quem ninguém faz. O problema é que até o "ninguém" resolveu seguir a modinha e a gente não sai de onde está. E a gente se cala, quando deveria falar.

(Marílya Caroline)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Todo dia é dia...


... Mas hoje, eu resolvi falar de nós e nem precisava ser dia 20 de Julho. Dia do amigo é todo dia, como já exclamei aos quatro ventos. Tô aqui para falar de amizade. E uma amizade que tem me ensinado muitas coisas. Entre elas, que não é o tempo que determina os vínculos, mas a afinidade. Tão difícil encontrar hoje em dia, né?! Mais difícil ainda é fazer com que ela dê bons frutos e semeie coisas boas na vida um do outro. Ser amigo não é fácil. É necessário ser um pouco malabarista, dissimular algumas coisas, saber ouvir, sorrir junto e dividir as lágrimas, além de cometer o sincericídio muitas vezes. Ser amigo é reconhecer no outro uma parte de você que foi doada. Costumo dizer que amigos não são irmãos de sangue, mas escolhas da alma. Com vocês, tenho aprendido tudo isso. Apesar do pouco tempo, não tenho medo de dizer que encontrei um elo e uma afinidade que não consegui manter com muitos dos amigos que eu achei que levaria para sempre. Ironia do destino. Pouco tempo fez nascer algo tão grande. A vida não é fácil, o caminho é íngreme e a caminhada é longa, mas é sempre bom saber que eu tenho, ao meu lado, quem está disposto a caminhar comigo. Até o momento, tenho certeza que posso contar com você e o futuro nos reserva muitas coisas. Ainda teremos muitas histórias para contar e vai ser bom olhar para trás e ter orgulho do quanto temos crescido juntas, por todas as conversas, conselhos e experiências compartilhadas. Se uma mulher, por si só, já é poderosa, imagina quando três se unem e descobrem isso?! Pois é, descobri, com vocês, que amigo também é aquele capaz de escutar gritos silenciosos e está sempre apto a estancar o sangue de nossas feridas. É aquele que sempre estará disposto a correr riscos e partilhar histórias, tenham garantias ou não. Não acho que é precipitado e sei que vamos nos deparar com mil olhares que dirão "Nossa! Se conhecem há pouco tempo e já se consideram assim?". Pois é. As dúvidas e inveja não representam nada quando a gente sabe que a amizade existe e a convivência confirma o que o coração já sabe: amigo é o que o coração acolhe. Amigo é quem a vida escolhe. Eu escolhi vocês. Obrigada por tudo, meninas! Feliz dia do amigo!

(Marílya Caroline)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Desisto





Pensei que nem tão cedo iria dizer isso, mas desisto. Desisto.
Desisto de pensar em você antes de mim, de viver procurando por você, de fazer tudo certo para você me amar. É isso mesmo, desisto.
Desisto de viver focada em sua vida, fazer tudo pensando em você, de planejar minha vida de acordo com a sua, como se minha vida dependesse de você e não de mim. Cansei de desperdiçar tantas oportunidades boas de viver feliz, por amar você. Desisto.
Desisto de procurar notícias sobre sua vida, ou até mesmo de sofrer ao vê-lo com outro alguém, mesmo que ficando por ficar. Desisto.
Desisto de passar o dia pensando em você, nos momentos que passamos juntos e em um futuro em que era só eu e você, partilhando uma felicidade. Desisto.
Desisto de acordar e começar o dia já te amando e ir dormir te amando ainda mais.
Desisto de fazer tantos planos, planos que fizemos juntos, que talvez nunca passem de um mero devaneio.
Desisto de ouvir suas palavras, seus motivos, suas verdades rudes e mentiras doces. De admirar seu jeito, de adorar seu cheiro, de adorar seu modo de se vestir e até mesmo de me olhar. Desisto de amar até o teu jeito de gaguejar. Desisto.
Desisto de querer você mais que tudo, mas não me entenda mal, não desisto de querer você para querer outro, e sim para me querem bem além de tudo. To desistindo de você para investir em mim. Desisto do seu amor egocêntrico.
Acho que você nunca pensou que eu iria desistir de você, mas desisto. É porque cansei sabe, cansei de te querer de uma forma tão bonita e ver você por aí, banalizando tudo isso que vivíamos. Para mim era especial. Mas desisto de ver e sentir as coisas desse modo. Desisto.
Como ousou desperdiçar isso tudo? Confesso que procurei motivos até onde não tinha para não desistir, quis programar uma data para desistir. Mas para quê? Para ficar esperando até essa data, e a cada dia me machucando mais, sofrendo mais e você sabe que mesmo sem merecer, já sofri demais. Desisto de sofrer por você.
Não queria que eu desistisse, não é?! Então porque não me deu motivos para nunca desistir? Eu quis e esperei tanto por isso. E nunca veio. Então, desisto, desisto de você e de tudo que passei anos sonhando. Nunca deixará de ser meu sonho mais bonito, e que pena, para sempre apenas sonho. Desisto de sonhos.
Quero agora é a realidade, mesmo que não tão bonita como os sonhos, mas meu amor, como viver feliz apenas vivendo de sonhos? Estaria aí a diferença entre ilusão e realidade? A realidade será melhor. Sempre melhor.
Não poderia amar sozinha, precisava de você, mas você estava seguindo em outra direção, em outro ritmo. Não poderia mais seguir assim. Mil motivos para desistir e apenas um para ficar. Então, desisto.
Desisto de esperar por você, pois para quem espera um minuto se torna uma eternidade. Será que você tem noção de quantas eternidades esperei você? De coração aberto, com um amor sincero, e não valorizado. E por isso encontro ainda mais forças para te dizer que desisto de você, desisto desse amor, desisto de tudo que envolve eu e você juntos. Desisto...
E toda vez que meu coração quiser voltar, que a saudade me atormentar e as lembranças me tocarem, algo em mim vai temer e dizer que não, desisto.
Agora sou eu, em direção a um novo caminho, trilhar novos rumos, fazer planos possíveis, executar esses planos e ser uma mulher realizada. E continuar desistindo de tudo aquilo que não me trouxer felicidade, que não corresponder as minhas expectativas. E nunca desistir de mim, nunca desistir de procurar o meu lugar e minha felicidade.
E se em algum momento você pensar em me procurar, e cogitar me fazer mudar de ideia... DESISTA!

                                                                (Jéssica Silveira)

domingo, 8 de julho de 2012

Entre o contentar-se e motivar-se, o que você escolhe?


Quantas e quantas vezes você aposta em algo e não dá certo? E quantas dessas vezes você se questiona por isso e até se culpa? É inevitável, né?! Não, não é! Inevitável é algo que foge do seu controle, que por mais que você queira, sabe que não há nada a ser feito. Então ergue essa cabeça, se toca, se manca. Por que se certas coisas dão certo você não toma o mérito pra você, já que se der errado você carrega toda a responsabilidade? Seja mais você, orgulhe-se, se ponha pro alto. Quando é pra lhe fazer bem, modéstia nenhuma se encaixa. Se você se esforçou, correu atrás e fez de tudo que pode pra que ocorresse tudo certo, então qual sua culpa se não deu? E nada de se conformar com um “se não deu certo é porque não era pra ser”. Isso é desculpa de preguiçoso, que tem medo de correr atrás da própria felicidade. Não deu? Que pena, mas há outras coisas que tem a chance de dar. Não tenha medo de arriscar, se jogue. Se você ficar parada a porcentagem de ganho é a mesma que a de perda. Mas pra que se contentar com tão pouco, quando você pode aumentar a possibilidade de vitória? Não desanima, sei que a estrada por vezes é longa e escura, mas a recompensa faz valer todo sofrimento e esforço. E apesar de tudo tenha sempre em mente, você não pode, e nem deve, fazer de algo/alguém seu motivo de ser feliz. Tá aí algo que dispensa justificativas. Seja VOCÊ a maior razão de sua própria felicidade. Seja plena, seja completa, assim, se nada do que você desejar ocorrer da forma esperada, não se sentirá vazia, como se não houvesse motivo para seguir. Quem baixa a cabeça e se deixa entristecer por motivos vãos, são pessoas fracas de espírito e de ser. Não há nada mais lindo do que o sorriso, verdadeiro, de uma pessoa que se basta. Para elas a felicidade não é promessa, é permanência.

(Heloisa Bezerra)


Estações afetivas



Eu tinha amor pelo prazer de possuir e não por qualquer coisa que tenha sido meu, de forma fácil. De certa forma, entendo os homens e crianças. Que graça tem manusear o brinquedo que a gente já tem? Bom mesmo é ir atrás do alheio ou até mesmo do que está na prateleira. Quanto mais esforço e dificuldade, mais valor tal brinquedo vai ter. Quando estiver em mãos, perde a graça. O ser humano é assim e eu não poderia ser diferente. Até quis e meus ex's são testemunhas, ironias e sarcasmos à parte (ou não), mas não deu certo. Hoje, me tornei escrava do consumismo afetivo. O tédio costuma fazer triângulo amoroso comigo se o meu relacionamento durar mais que um mês. Aí vem o desejo de traição, com um alguém chamado "novidade". Preciso reciclar tudo, desde roupas à pessoas. Sim, descobri que elas também saem de moda. Não dá para vestir tricô no verão, assim como não dá pra namorar ou manter alguém interessado a vida toda. Geralmente, esse alguém sou eu. Se não há esforços do lado oposto, também não há do lado de cá. Malhação, só na academia. No meu coração, ninguém mais vai fazer flexão. Talvez sejam essas as mudanças que apontam em mim. Talvez eu esteja sempre me adequando, descartando e enjoando, exatamente como fizeram tanto comigo. Tomei a forma da vida e me sinto muito mais magra com o desapego. Relacionamentos e permanências desnecessárias também fazem mal à nossa beleza. Eis aí uma grande descoberta, meninas. Talvez essa leveza nas palavras, na vida e no coração seja fruto da bagagem reduzida. Não me dou mais ao trabalho de carregar a mala alheia, no sentido literal. Quem vier, que venha despido. Sim, só precisarei de você uma estação. Pra quê tanta roupa? Pra quê tanta expectativa? Na próxima estação, do ano e também do coração, vai rolar aquela velha reciclagem que falei acima, sabe?! Aí eu me preparo, mais uma vez, pro próximo verão.

(Marílya Caroline)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Festa interna.


Podem espalhar o boato, colocar outdoors, faixas e até falar no rádio. Sim, estou apaixonada! E dessa vez é pela pessoa certa, e eu custei um bocado pra perceber isso. Não é engano e muito menos ilusão, não dessa vez. Estou segura de que vale a pena, essa pessoa me faz segura disto. Ela me dá forças, me incentiva. Me ama como nunca ninguém será capaz de me amar. Ela também custou a perceber tamanho o amor dela por mim. Andamos de mãos dadas, sem medo de encarar e aproveitar tudo que a vida tem a nos oferecer. Também não tememos, nem damos a mínima importância para o que as pessoas falam, apontam, criticam. Já nos permitimos baixar a cabeça para todos aqueles que nos apontaram o dedo, já nos permitimos entristecer com palavras direcionadas a nos deixar mal. Hoje só nos permitimos a felicidade. Ok, você deve está se contorcendo de curiosidade, se perguntando: “Mas quem é esta bendita pessoa, quem é o motivo de tanta alegria e entusiasmo, quem causou tanto festejo dentro dessa garota?” Já que queres, saciarei sua curiosidade. Essa tal pessoa tem nome, sobrenome, endereço e um sorriso lindo, que foi dado a ela através do tempo e de todas as mágoas sofridas. Essa pessoa se chama EU! Afinal, quem mais mereceria ser alvo do meu mais puro amor?

(Heloisa Bezerra)


terça-feira, 3 de julho de 2012

Alforria sentimental




Deixei que as pessoas que estavam indo embora levassem de mim um pedaço e era disso que eu sentia falta, nada mais. Sempre ouvi a ladainha de que ninguém precisa do outro para viver e não entendia porque eu fazia errado, até me dar conta disso. Sempre me permiti demais. Doação e entrega total são meus sobrenomes, até eu descobrir que deveria existir um outro além deles: independência. Estou deixando, com o auxílio de um tratamento intenso e fortes doses de realidade, de me jogar de cabeça na coisas, sem o mínimo de garantia. Não é mais para me enquadrar no perfil dos desapegados, que eu sempre admirei muito, mas por não aguentar mais escoriações na alma e no coração. A gente cansa de ser profundidade quando a vida só nos oferece a superfície. Seriam frequentes os tombos se eu não aprendesse a me policiar. É uma atitude brusca e confesso que tem exigido um esforço físico, psicológico e sentimental intenso, mas me conforta a certeza de que é o custo da maturidade. Exijo mais cautela com o manuseio dos meus sentimentos e procuro, dentro do possível e beirando o impossível, não me doar tanto de olhos vendados. Se já deixei que levassem muito de mim, há um tempo atrás, não permito mais. Coloquei trancas no meu coração e procurei limpar meus olhos. Um coração sadio não é sinônimo de espaço vazio, mas espelho de cura interna. Quando a gente não permite, o outro não vem para fazer algazarra. Se vem, não entra. Mas, se por malabarismo ou habilidade mundana ousar invadir, não leva nada que é meu, tampouco o que há de mais valioso: o meu eu. Eu sempre soube da data em que libertaram os escravos, mas precisava inventar uma para libertar meu coração. E, de hoje em diante, todos os dias comemorar tal libertação. Eu já sabia que tinha asas, só me restava aprender a voar.


(Marílya Caroline)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Expectativas




Já quis muito da vida. Quis ser surpreendida, a todo momento; quis dias ensolarados e comida quentinha; quis que todos os meus sonhos se realizassem o mais rápido possível; quis ter todos que amei; quis o melhor do destino e sonhava em não me decepcionar nunca. A vida, encarregada por tantas coisas, se sentiu sobrecarregada e dividiu as responsabilidades comigo. Não deixei de querer tais coisas, mas passei a enquadrá-las na minha realidade. E essa realidade precisou muito de mim para ser construída. Me tornei um agente ativo da minha própria vida quando cansei de esperar pelo acaso e fui em busca do que eu queria. As conquistas podem não ser cem por cento, mas tem o meu jeitinho, a minha cara e o sabor da conquista. Valorizei muito mais o que brotou do meu esforço do que as coisas que a vida me trouxe. Sempre fui impaciente. Esperar sempre me mutilou muito e, por essas e outras, decidi buscar. Fui atrás do que me interessa e deixei fluir todo o resto. Eu posso não ter metade do que eu sonhei, mas tenho frutos de tudo que eu batalhei e isso basta. De todas as minhas exigências, restou apenas uma: que haja paz. O resto a gente planta e o tempo faz florescer.

(Marílya Caroline)

Eterna insatisfação


Isso é o que define o ser humano: insatisfação. O que temos nunca é o bastante. Frequentemente, tenho escutado que está faltando homens e mulheres que se dão ao valor. A pergunta que fica é simples e direta: somos cegos ou simplesmente não estamos prontos para conquistar quem realmente vale? O erro está em procurar muito longe. Por mais que a era fast-food tenha influenciado também a era "fast love", ainda existem pessoas que contrariam as facilidades que o Mundo nos oferece. O problema é que a praticidade das coisas também nos faz procurar o que é mais acessível no campo afetivo. Dá muito trabalho conquistar e manter alguém legal. Diante da carência ou da necessidade de massagear o ego, procuramos aquilo que é mais fácil: as mulheres e homens em liquidação. Fazendo isso, estamos atestando a nossa incapacidade em conquistar algo melhor. Muito mais que conquistar é manter interessado. Roupas, perfumes e um carro legal não mantém essas pessoas e se faz necessário o exercício da sinceridade. Nem todo Mundo dispõe dessa qualidade. Se você é o que você come, cabe também a lógica de que você é o que você conquista. O que você tem conquistado? Será mesmo que você estaria disposto a subir um pouco mais para saborear frutos melhores ou te bastam os frutos que caíram no chão? Como você tem saciado sua fome? Parece forte, mas não é. São essas perguntas que se deveriam fazer às mesmas pessoas que abrem a boca para dizer que, hoje em dia, ninguém quer nada sério. Cultiva o hábito de generalizar quem geralmente nunca se arriscou a ir além. São esses que trocam garotas legais por mulheres "gostosas", na balada. São essas que escolhem homem por carro e volume da carteira. O ruim é que a gente também paga o pato, né?! Um mentira repetida se torna uma verdade, na boca de muitos. Acabamos acomodados, achando que não vale a pena acreditar e apostar numa surpresa da vida. O Mundo não precisa de mais insatisfeitos, reclamando de uma realidade que lhes parece favorável, de portas e cortinas fechadas. Tá faltando é quem faça a diferença sem esperar pelo reflexo. Tá faltando quem, além de generalizar, se mostre interessado em ir além.

(Marílya Caroline)