segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Um brinde


Um brinde ao que não nos afeta e a quem não nos machuca. Um brinde aos amores que fazem florir e não precisam, necessariamente, ficar. Um brinde à nossa vontade de tudo. Um brinde ao que nos tira o fôlego. Um brinde ao que não cobra e não impede. Um brinde ao que fica só o tempo que precisa ficar. Um brinde à nova fase. Um brinde aos sorrisos sem motivo e aos motivos do sorriso. Um brinde a quem sabe o que tem que fazer e ao fato de ter dispensado quem não soube aprender. Um brinde a quem nos quer bem e dois para quem não quer. Um brinde ao amor que cresce de dentro pra fora e não precisa ter nome, endereço e perfume alheio. Um brinde aos amigos e aventuras. Um brinde ao desejo de aproveitar tudo e não deixar nada passar. Um brinde ao desapego. Um brinde a quem sabe fazer valer a pena. Um brinde ao novo dia e à nova chance. Um brinde à auto-suficiência. Um brinde a quem está conosco e uma dúzia para quem não soube ficar. Um brinde a nós, que sabemos quem somos. E milhares para quem não soube, mas ainda saberá!

(Marílya Caroline)

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Felicidade vem de dentro pra fora.


Nós temos a mania terrível de reclamar da vida. “Ah, ela é difícil”, “A vida de fulano é melhor que a minha” ou “Se eu tivesse tal coisa, minha vida seria melhor”. Mas já parou pra pensar que, mesmo que você tivesse a vida de fulano, adquirisse o objeto do seu desejo e sua vida se tornasse mais fácil, ainda assim haveria algo que lhe causaria insatisfação?
O problema não está na vida, mas no modo como a conduzimos. Costumamos leva-la muito a sério, enfrentar os problemas como coisas sem tamanho, se aborrecer com coisas absurdamente pequenas. Fazer de um pingo d’água, uma tempestade sem tamanho.
Experimente resolver aquela bronca com um sorriso nos lábios. Desculpar uma mancada de uma pessoa querida, por mais que isso tenha lhe chateado. Experimente também dar aquela caminhada na praia que você tanto quer, sem se preocupar com compromissos. Comprar aquela roupa que tanto deseja, sem se preocupar com preço, ou a fatura do cartão, que chegará ao fim do mês. Experimente ser livre, sem se preocupar com o que os outros irão pensar.
Se permita. Se permita uma loucura de vez em quando, não há nada mais satisfatório. Se permita sorrir, rir de você mesmo, não há nada mais sábio que isso. Permita-se comer tudo que deseja, sem se preocupar com a balança. Enfim, PERMITA-SE. Por menor e mais besta que seu desejo pareça ser.
Assim você verá, e aprenderá que a felicidade não é algo que chega mediante algumas circunstâncias, ela está dentro de cada um, basta saber enxergar e cultivar. Daí você descobrirá o segredo de “fulano” estar sempre feliz, por sempre alcançar os seus desejos. Talvez o tal fulano nem tenha uma vida tão boa a ponto de causar inveja a qualquer um, mas ele não abaixa a cabeça, não desiste, propaga coisas boas. E sempre com um sorriso no rosto. Esse é o “segredo”, sorrir. Coisas boas atraem coisas melhores ainda. Isso é o que gera a tão sonhada felicidade.
Como diria Caio Fernando Abreu: “Cuide, cultive, queira o bem. O resto vem”.


                                                           (Heloisa Bezerra)


sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Diário de um canalha


Eu sou incapaz de cuidar de você. Não pense que foi por algum deslize seu que não deu certo. O que não daria certo seria você ter continuado a se doar para mim, que nunca larguei o Mundo, mesmo quando te olhava nos olhos. Eu fui um covarde e eu sei, mas é foda admitir, né?! Antes que isso ficasse explícito, resolvi sumir sem dar notícias. Seria mais fácil você esquecer se eu não deixasse vestígios e eu entendi isso. Entendi também que você era demais para mim e continua sendo, por isso ainda não voltei. Estou acostumado com mulheres previsíveis e automáticas. Não sabia o que fazer quando você me instigava a falar algo e eu não podia discutir sobre sexo. Você não é máquina, mas meu coração é. Fiz a substituição porque homem faz essa opção quando nasce: ser cafajeste ou ser de verdade. Eu sempre fui vaidoso e você sabe. Minha máscara já tomou conta do meu rosto. Seria impossível não ser notado por meus amigos, tão vazios e solitários quanto eu, mas eu me assustei quando conheci você. Eu nunca te disse isso, mas foi por admiração que eu te deixei. Não dava para fazer com você o que eu faço com as outras. Você tem um coração puro e um olhar doce que não casa com o meu mecanismo carnal. Eu quem não te mereço, entendeu? Eu quem não soube cuidar bem de você e eu sei que eu vou me arrepender. Esse Mundo é pequeno. A lei determina que eu não deveria falar, mas eu vou sentir algo ao te ver com outro alguém. No início, inveja. Mas até o meu ego ferido dá lugar à certeza de que ele, por ter você ao seu lado, te merece muito mais do que eu. Ele foi homem, enquanto eu não poderia ser mais do que mais um para você. Eu sempre fui orgulhoso e canalha. Certamente, não é pela minha boca que você vai saber dessas verdades, mas eu sempre quis que soubesse. Minha cafajestagem abriu uma exceção e veio te dizer não tem nada de errado com você, tampouco com esse teu jeito todo singular de cuidar de quem está contigo. O errado fui eu de não ter percebido que eu poderia ter sido mais homem com você, mas você sempre foi mulher demais para mim. Eu fraquejei.

(Marílya Caroline)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Cansaço





Tem horas que me canso de tudo. Dos falsos sorrisos, do pouco interesse, das pessoas que se aproximam de nós por algum motivo que não seja o nosso bem estar, das falsas promessas,  falsos desejos, de certos olhares, enfim, de tudo aquilo que é e não pode ser, de tudo aquilo que foge a minha intensa transparência. Transparência em personalidade e sentimentos. Busco sempre demonstrar aquilo que sou. Não fugindo a regras, não evidenciando minha forma de viver, nem banalizando a minha intimidade.
Só cansei daquelas pessoas que perguntam se você está bem só por perguntar, ou esperando ouvir que você não está, ou até mesmo querendo saber os motivos, caso você não esteja. Cansei das pessoas que te sorriem com delicadeza, mas no fundo estão morrendo no amargo da própria inveja e veneno. Mas sabe que aprendi a enxergar além? falsos sorrisos não me enganam mais. Nem sempre morremos quando a vida em nosso corpo acaba, mas quando a vida em nosso coração se encerra e quando a chama que acende nossos sonhos se apaga. Morremos também quando o desejo de ser uma pessoa melhor e de fazer um mundo melhor não habita mais dentro de nós.
Viver vai além de existir, mas também é saber viver e amar a vida. Canse das pessoas que não te refletem boa alma. Mas nunca, jamais, canse da vida. Falsos sorrisos podem existir em grande quantidade por aí, mas ainda duvido existir falsos olhares. O olhar entrega o falso sorriso, a falsa felicidade e o falso amor. Nunca saberemos o que se passa realmente em um coração de uma pessoa, mas suas atitudes o refletem em grande parte. Raro ver pessoas que se preocupam  com o próximo, ficam felizes ao ver a felicidade do outro, ou até fazem o bem só por se sentir feliz ao ajudar alguém. Raro, mas existem. E sorte de quem tem a honra de ter alguém assim em sua vida. Porque eu já cansei do tipo oposto tão presente em meu dia-a-dia. Cansei e sempre vou cansar das pessoas de sangue frio e sem coração. Mas não dos que são fortes e conseguem não sofrer, mas dos que causam o sofrimento em alguém que não merecia, desses estarei cansada eternamente. Dos que ficam satisfeitos ao ver a tristeza e decepção dos demais. Estes terão meu cansaço até o fim. Possuem meu repúdio. Os que querem sempre ser melhores e não querem valorizar as qualidades dos outros por pura inveja. Inventam mentiras para prejudicar, inventam calúnias e vivem de fofocas. Possuem meu desprezo. Tem horas que me canso e pessoas que são como eu também vão cansar. Posso ter defeitos, mas tenho o coração bom e acredito que isso é tudo. Me cansei e sempre vou me cansar dos hipócritas. Um mentiroso vejo como um ser capaz de tudo. Estou preparada para me cansar ainda mais, pois sei que ainda vou ver muitas pessoas ruins nesse mundo, como também vou me deparar com pessoas boas e especiais, nas quais vou curar todo esse cansaço. Melhor se cansar de toda essa hipocresia e falsidade do mundo, do que se acostumar e agir como tal.

                                            (Jéssica Silveira)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Sou mais eu!


Cheguei ao auge dos meus 18 anos e não conheci ninguém interessante. Os últimos dois anos serviram para que eu entrasse em acordo para quem atribuir a culpa: os homens ou eu. Nunca encontrei as repostas. Inicialmente, achei que fosse culpa deles. Eles eram imaturos demais, novinhos demais, escorregadios demais e eu não estava apta a alimentar mais uma ilusão na minha vida. De tanto se repetir, já estava virando mesmice e eu odeio isso. Odeio também o fato de todas os carinhas que me interessaram por mais de 15 minutos cultivarem o péssimo hábito de estragar tudo aos 20. O tempo foi passando e eu cheguei a pensar que o problema era eu. Desconfiança tinha se tornado o meu sobrenome e ironia o primeiro. Nenhum homem conseguia (ou aguentava) passar muito tempo ao meu lado. Minha acidez afastava tanto quanto a minha intensidade. Poucos sabiam rir das minhas piadas sarcásticas e entender as minhas ironias. Deles ou minha, a culpa não encontrava um lugar certo para ficar e acabou traçando o meu destino. Eles foram se afastando e eu consegui a façanha de me afastar mais ainda. Fiquei incrédula, fria e indiferente demais para ser alcançada por alguma mentirinha. Vez ou outra, elas até serviam para me arrancar boas risadas ou como assunto entre minhas amigas, que partilham do mesmo destino que eu. Teria sido a minha sina viver na solteirice ou falta de habilidade deles em me manter interessada? A esta altura do campeonato, desvendar o mistério já não importava tanto quanto antes. Aprendi a ficar só, mesmo rodeada de tanta gente que não entende a minha opção de ficar sozinha. Homem tem, é verdade. O que falta é o interesse de acreditar em qualquer palavra bonita só para expôr fotos no facebook ou andar de mãos dadas. Para merecer estar ao meu lado, tem que fazer mais que isso. Tem que ser muito HOMEM, só para variar um pouco a minha coleção de moleques. E isso, reconheçam, não é todo homem que faz.

(Marílya Caroline)